Nesta data, que funciona como marco de muitas coisas, por mais que a verve das hipocrisias nos tente convencer da preocupação, apenas, com a vinda de Cristo à Terra, nos é possível fazer uma espécie de "pit stop" para, então, analisarmos os porquês de tudo que funcionou, aconteceu, deixou de acontecer, nos fez felizes, irados, chateados, nos fez gargalhar e sacanear os mesmos presepeiros de sempre, enfim, resumir nossas condutas durante o período.
Há na mitologia grega a figura de um escultor, rei de Chipre, que se apaixonou por uma estátua que esculpira na tentativa de reproduzir a mulher ideal.
Esse escultor era Pigmaleão.
A deusa Afrodite, apiedando-se dele, transformou a estátua em mulher de carne e osso, com a qual Pigmaleão veio a casar nove meses depois, gerando, desse casamento, uma filha, "Pafos", cujo nome foi dado à ilha.
Em psicologia, matéria que confesso não me atrair, face o que já pude verificar nesses 50 anos de vida acerca dos seus detentores acadêmicos (os que conheci! Não vou generalizar), sobre absurdos e condutas reprováveis, o apontamento mitológico em apreço determinou o "Efeito Pigmaleão", que traduz o comportamento humano, quando este determina seus próprios rumos, materializando planos e previsões particulares e coletivas.
Aqui, pego o gancho para analisar as figuras com as quais nos relacionamos desde a nossa matrícula na TL do Reservaer, passando pela maldita exclusão (rsrsrsrsrsr), até a presente data!
Vi, então, que uma grande parcela desse grupo age como Pigmaleão, esculpindo suas esculturas achadas ideais para, então, casarem-se com elas.
Alguns esculpiram suas estátuas de arrogâncias, intolerâncias, achismos, viadagens, babaquices, maldades e outros atributos de mesma valência, sendo condenados a casarem-se com elas, mesmo achando que tal conseqüência jamais ocorreria.
Irresponsabilidade é pouco, para definir essas ações.
Quem assistiu comandantes safados prejudicarem a tropa, chefes sacanearem subordinados, roubos, engodos, pilhagens e traições na caserna, verá que esses pilantras construíram suas estátuas e acabaram se casando com elas, formando uma identidade única entre ambos.
Não seria preciso nenhum tratado de psicologia para definir essa doença instalada nessas pessoas, porque os sinais sintomáticos derramam dos seus olhos e o suor de suas idiotices deixa marcadas as vestes desses boçais.
Para mim, nesses casos, o homem é a própria estátua, transformada em realidade não pelos deuses do bem, mas, sim, pelas forças do mal que esses, os boçais filhos-das-putas, cultuam a todo instante.
Assim, para não me estender mais do que o meu tamanho permite, rogo que esses canalhas continuem, a cada dia, esculpindo suas estátuas terríveis, para que um Deus verdadeiro apareça, e não seja tão piedoso com os mesmos.
Aos que não esculpem estátuas tão reprováveis, um feliz natal!