
Costumo dizer que há uma confusão imensa entre a presença de uma autoridade funcional e aquela em que a liderança espontânea se manifesta.
Alguns babões, puxa-sacos, detentores desses defeitos de conduta humana, não conseguem diferenciar essas classes de autoridade e não fazem por menos, ao prejudicarem a si próprios (como homens que não serão à vista de filhos, esposas e amigos) e a companheiros e outras pessoas em geral.
Certo é que o Coronel Maciel deve ter inúmeros motivos para estar, agora, "dando um tempo" da TL do Reservaer e, aí, quem seríamos nós para julgar essa atitude!
Dos vários textos lidos da lavra desse oficial, pude perceber que há um veio alimentador centrado na sua vida castrense, marcada por episódios que nos são velhos conhecidos, como aventuras em vôos delicados, acontecimentos políticos épicos e coincidentes com a ditadura militar, enfim, muita coisa comum a muitos que tiveram oportunidade de singrar os mesmos mares da mesma régua de tempo.
Apesar de residir em Natal, assim como o coronel em apreço, jamais o vi pessoalmente, o que reputo uma pena, porque confesso que gostaria desse falar olhando nos olhos, até porque é sabido que os olhares dificilmente deixam de entregar o que se passa na alma.
Por intermédio desse dom a mim dado por Deus, me foi possível identificar nesses 40 e muitos anos de vida muitas mentes sadias e verdadeiras mas, também, outras que não valiam a presença nesta terra de heterogeneidades.
Falar que ele, o coronel, tenha entrado em estado de reclusão por conta da potencialidade de prejuízos advindos de reações do General Heleno é, fora do ritmo das brincadeiras até aqui construídas em torno desse sumiço, meio que improvável, porque os escritos do coronel sempre mostraram uma rebeldia aos disparates, reações embasadas em bom senso (em épocas mais remotas), em que pese nos últimos instantes de sua presença na TL ter o mesmo disparado alguns textos confusos e contraditórios a esse bom senso.
Aliás, há dúvidas, inclusive, quanto à sua participação no processo de exclusão de muitos membros daquela TL (inclusive a minha), o que prefiro acatar, por ora, como mera ilação de minha parte.
Todavia, é passível a crença de que, até, tenha sido o coronel excluído sumariamente, sem justificativa alguma, pelos diretores do Reservaer, já que não acredito muito em ética em alguns setores que empregam seus juízos sem fundamentá-los, numa rotina contumaz.
Não sei!
Saberia, asseguro, se pudesse empreender esse olhar nos olhos desse senhor.
Daí, poderia dizer se o coronel, autor de escritos que até se alinhavam com algumas idéias que defendo, seria autêntico de fato ou, para o infortúnio geral, seria uma espécie de lobisomem que, ao cair da noite e em lua cheia, vitima suas presas, cuidando para que as mesmas sangrem diante das condutas covardes de censuras e exclusões malversadas e fétidas nesse contexto.